O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelidou o líder ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, de “ditador” na quarta-feira, 19, aprofundando a divisão pessoal com grandes implicações para os esforços de resolução do conflito iniciado pela invasão russa há três anos.
“Um ditador sem eleições, é melhor Zelenskyy agir rapidamente ou não lhe restará um país”, escreveu Trump na sua plataforma social, Truth.
Os Estados Unidos têm fornecido financiamento e armas essenciais à Ucrânia, mas Trump alterou abruptamente a sua política ao iniciar conversações com Moscovo semanas após regressar à Casa Branca.
Zelenskyy foi eleito em 2019 para um mandato de cinco anos, mantendo-se no cargo sob lei marcial devido à invasão russa, enquanto o seu país luta pela sua sobrevivência.
A sua popularidade diminuiu, mas a percentagem de ucranianos que confiam nele nunca desceu abaixo dos 50% desde o início do conflito.
A acusação de Trump surge após o líder ucraniano ter criticado, nesta quarta-feira, o Presidente dos EUA por ceder à “desinformação” russa, incluindo a alegação de Trump de que Kyiv teria “começado” a guerra.
“Infelizmente, o Presidente Trump, por quem temos grande respeito como líder do povo americano… vive neste espaço de desinformação”, disse Zelenskyy numa conferência de imprensa em Kyiv.
“Acredito que os Estados Unidos ajudaram (Vladimir) Putin a sair de anos de isolamento”, acrescentou, numa das suas críticas mais contundentes à nova administração norte-americana.