O médico e activista Dr. Adriano denunciou um caso que considera “revoltante” e que merece a indignação de qualquer cidadão consciente. Trata-se da interrupção injustificada da formação especializada de duas médicas angolanas naturais da província de Cabinda, actualmente ao serviço do sistema de saúde da província do Zaire.
As profissionais, uma na área de Dermatologia e outra em Urologia, foram oficialmente destacadas para Luanda por despacho da Ministra da Saúde, com data de 23 de Agosto de 2021, para realizarem a sua especialização médica.
A formação, já em fase avançada, visava reforçar o corpo clínico do Zaire com especialistas qualificados.
Contudo, segundo a denúncia, o Vice-Governador para a Área Social e Económica do Zaire, Afonso Nzolamesso, decidiu contrariar a orientação ministerial. Determinou o regresso imediato das médicas ao serviço, interrompendo a formação, e, além disso, procedeu ao corte dos seus salários como forma de retaliação por estas se manterem em formação.
O caso tem gerado críticas no seio da comunidade médica e entre activistas, que destacam a injustiça da medida e o impacto negativo para o sistema de saúde local. As médicas, além de profissionais dedicadas, são também mães, o que torna a situação ainda mais sensível.
Dr. Adriano apela à reversão imediata da decisão, ao respeito pelas orientações do Ministério da Saúde e à protecção dos direitos laborais e humanos das médicas visadas.