Carlos Kassoma, secretário-geral da Juventude da Frente Nacional de Libertação de Angola (JFNLA), poderá ser destituído do cargo devido a alegações de violação dos estatutos do partido e insubordinação.
As acusações incluem a recepção de financiamento sem o conhecimento da direção do partido e a ausência de apresentação à Comissão de Disciplina para se defender.
O presidente do partido, Nimi a Simbi, afirmou que o Comité Central se reunirá entre sexta-feira e sábado para deliberar sobre o afastamento de Kassoma.
A possível destituição gerou divisões internas dentro da FNLA. Suzana Paulo, uma das figuras séniores do partido, contestou a autoridade do presidente, argumentando que ele não tem poder legal para exonerar um membro do Comité Central.
“Um organismo transitório só pode afastar alguém por infrações graves, e a decisão final deve ser tomada pelo Congresso, órgão responsável pela eleição dos membros do Comité Central”, afirmou Suzana Paulo.
Por outro lado, Nfindamato Bakana, antigo comissário da FNLA junto da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), criticou a postura de Nimi a Simbi. Bakana defendeu que existem procedimentos específicos para o afastamento de um secretário-geral da JFNLA e alertou que o presidente não respeitou esses procedimentos, cometendo um erro grave que poderá ter consequências no futuro.
Carlos Kassoma, por sua vez, optou por não comentar as acusações, mas prometeu pronunciar-se após a deliberação do Comité Central, agendada para sexta-feira e sábado.