Jovens da província de Cabinda manifestaram o seu descontentamento face à distribuição das vagas no concurso público recentemente anunciado pelo Governo angolano.
Apesar de o certame ser apresentado como de âmbito nacional, a maioria das vagas encontra-se concentrada em Luanda, deixando os candidatos de outras províncias, especialmente de Cabinda, em situação de desvantagem.
O concurso público, que abrange os Ministérios dos Transportes, Educação, Juventude e Desportos, bem como o Memorial Dr. António Agostinho Neto, disponibiliza um total de mais de 900 vagas em todo o país. No entanto, de acordo com denúncias apuradas pelo Jornal de Cabinda, a esmagadora maioria dessas oportunidades está localizada na capital do país.
“Na minha área, que é de técnico médio, só existe uma vaga e, para piorar, está disponível apenas em Luanda”, lamentou Alberto Gimi, um jovem candidato cabindense.
Também preocupada com a situação, Maria de Souza questiona a verdadeira abrangência do concurso: “O concurso é nacional ou provincial? Porque todas as vagas dos ministérios estão centralizadas apenas em Luanda? Tentei procurar vagas para Cabinda e não encontrei. Assim sendo, sou obrigada a concorrer para uma vaga fora da minha província?”, questionou.
A falta de equidade na distribuição das vagas tem gerado críticas não só em Cabinda, mas também noutras províncias do país, onde os jovens apelam por um concurso mais inclusivo e representativo da realidade nacional.
Até ao momento, as autoridades competentes ainda não se pronunciaram sobre a razão da centralização das vagas, nem sobre possíveis medidas para garantir maior equilíbrio geográfico nas oportunidades oferecidas.