Angola possui hoje um dos melhores aeroportos da região Austral de África. Este é um facto indiscutível. Orgulha a qualquer um de nós a viragem do espaço aeroportuário de 4 de Fevereiro para o aeroporto internacional Dr. António Agostinho Neto. Porém, não importa ter infraestruturas gigantescas quando estas não produzem resultados e satisfação aos seus utentes.
É imperioso que o Executivo reflita sobre “como tirar proveito pleno das infraestruturas” que se têm vindo a construir neste País. Não faz sentido construir estabelecimentos de grande envergadura sem criar um plano estratégico de exploração eficiente dos mesmos.
Feito o investimento massivo em aeroportos pelo País adentro, de 2010 até à inauguração do AIAAN, era concomitantemente necessário um investimento massivo na TAAG, especialmente em frotas padronizadas, como Airbus A320/A321, Boeing 737, Embraer E-Jets e até em jatos menores como o Airbus A319, para maximizar assentos e reduzir custos operacionais e de manutenção, operando assim no modelo LOW COST (baixo custo).
Não terei dúvidas em assumir que a TAAG não está capacitada a responder à demanda nacional dos cidadãos. É aqui onde reside o problema: falta de aviões operacionais. Os poucos que tem, cruzam o País de lés a lés, os mesmos; fazem das tripas coração. São muitas rotas e poucos aparelhos a voar. Com isso, todos pagamos caro pela sua ineficiência.
Pessoalmente fui vítima de um atraso de voo no passado sábado, 6 de Dezembro de 2025. A viagem, que estava marcada para as 16 horas, foi adiada para as 18 horas. Cheguei em Cabinda às 19h30, mas sem a minha bagagem de mão, que me foi recebida na porta do avião. Os funcionários da TAAG não conseguiram explicar as razões do sucedido. Só recuperei a bagagem no final do dia seguinte, depois de muita volta. Vi gente que tinha as bagagens desaparecidas por vários dias.
Mas no meio de todos esses dissabores, existem várias oportunidades que podem transformar a TAAG numa das maiores e melhores companhias aéreas de África: tem o monopólio nacional, tem o Estado como acionista, tem uma rede de aeroportos restaurada e constitui o meio de transporte público mais rápido que liga o País todo, com acesso a ligações regionais e internacionais.
O que se pode fazer para melhorar a eficiência e a produtividade da TAAG em particular e do setor em geral?
Um Conselho de Administração da TAAG independente do governo, encontrado por via de um concurso público nacional e internacional;
Privatização de parte do seu capital;
Inovar a frota com aparelhos e serviços modernos;
Maior atuação do INADEC – Instituto Nacional de Defesa do Consumidor;
Auditorias e processos de responsabilização dos operadores e funcionários da TAAG;
Liberalização do mercado dos transportes aéreos no País, de forma a aumentar a competitividade.
Muito obrigado,
Chiânica Brás

