Mais de 576 mil pessoas em Angola vivem com distúrbios neurológicos, sendo os traços do espectro autista os mais recorrentes. A informação foi avançada pela neuropsicóloga Isabel Velasco, directora administrativa da Clínica Humanista, durante uma campanha de rastreio realizada no bairro Vila Flor, no município do Cazenga.
De acordo com a especialista, os dados baseiam-se em estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que, em média, uma em cada 36 crianças nascidas no país apresenta sinais de autismo. Isabel Velasco alertou para o facto de muitas crianças com suspeitas desta condição estarem escondidas nos bairros, sem diagnóstico ou qualquer tipo de acompanhamento.
A Clínica Humanista já avaliou mais de 120 crianças, utilizando um protocolo internacionalmente validado. A neuropsicóloga reforçou que os sinais de autismo nem sempre são visíveis fisicamente, manifestando-se sobretudo através do comportamento, da linguagem e da forma como a criança interage com o meio que a rodeia. O apelo é claro: é urgente mais sensibilização, diagnóstico precoce e apoio às famílias.