Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reuniram-se neste domingo em Brasília para participar da “Caminhada pela Amizade Humanitária”, um ato convocado por ele próprio com o objetivo de pedir amnistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A manifestação visa pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei que conceda perdão aos condenados pelos atos antidemocráticos, incluindo o próprio Bolsonaro, atualmente inelegível e investigado pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de participação na tentativa de golpe.
Mesmo em recuperação de uma cirurgia intestinal realizada em abril, Bolsonaro incentivou os manifestantes nas redes sociais e afirmou que tentaria comparecer, caso sua saúde permitisse. O protesto foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com o apoio de parlamentares ligados à direita e à extrema-direita, que discursaram em cima de um trio elétrico.
A marcha seguiu pela Esplanada dos Ministérios, mas foi impedida de chegar à Praça dos Três Poderes, bloqueada por medidas de segurança. A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou o efetivo para evitar confrontos e garantir a ordem pública.
Desde os ataques de janeiro de 2023, aproximadamente 500 pessoas já foram condenadas, com penas que chegam a 17 anos de prisão. Outras 500, acusadas de crimes menores, fecharam acordos judiciais. Apesar das pressões da base bolsonarista, o projeto de lei de amnistia ainda não foi incluído na pauta de votação da Câmara dos Deputados.