O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a protagonizar declarações polémicas ao afirmar que telefonou ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, para o criticar duramente pela forma como este tem lidado com os protestos em Los Angeles. No entanto, o governador negou a existência de qualquer contacto, aumentando a tensão política entre os dois.
Segundo Trump, a chamada serviu para dar um “ralhete” a Newsom, acusando-o de má gestão e de colocar vidas em risco durante as manifestações. “Tem de fazer um trabalho melhor. Tem feito um mau trabalho, causando muitas mortes, ou potencial para tal”, declarou o ex-presidente a partir da Sala Oval.
Contudo, conforme noticiado pela imprensa americana, o próprio Newsom afirmou nas redes sociais que não recebeu chamada nenhuma. “Nem uma chamada, nem sequer um voicemail”, escreveu o governador, criticando Trump por espalhar desinformação. O seu porta-voz, Izzy Gardon, confirmou ao New York Times que não houve qualquer registo de chamadas no telefone oficial de Newsom.
Enquanto isso, Trump endureceu o tom ao prometer uma resposta “com força muito pesada” caso haja protestos durante o desfile militar do próximo sábado em Washington, que assinala os 250 anos do Exército dos EUA. “As pessoas que quiserem protestar vão ser recebidas com muita força”, disse, alegando, sem provas, que os manifestantes “odeiam o país”.
O desfile deverá contar com um forte aparato de segurança, com milhares de agentes mobilizados, apesar das autoridades não terem identificado ameaças concretas. Ainda assim, a Casa Branca reforçou o discurso de alerta, alimentando a retórica habitual da administração Trump — centrada na exibição de força e na divisão política.
O evento ganha contornos simbólicos, dado o seu carácter raro na tradição americana e a proximidade das eleições presidenciais. Para muitos analistas, trata-se de uma nova tentativa de Donald Trump de controlar a narrativa pública e consolidar a sua imagem de líder forte perante a opinião pública.