O académico e ativista político Raul Tati apelou recentemente à união do povo de Cabinda com o objetivo de derrubar o regime do MPLA, que acusa de perpetuar a exclusão e o subdesenvolvimento da província.
Em nota tornada pública nas redes sociais, Raul Tati afirmou que o MPLA “nunca vai proporcionar à sua colónia de Cabinda condições para uma autossuficiência socioeconómica”, denunciando que o partido no poder apenas explora os recursos naturais da região sem garantir benefícios reais para as populações locais.
“O regime serve apenas para as suas políticas extrativas e de dominação”, sublinhou o politico, que tem sido uma das vozes mais críticas à gestão da província por parte do Governo central.
No seu apelo, Raul Tati defendeu que os cabindas devem deixar de alimentar ilusões e passar à ação. “Temos de ganhar consciência de que, com o MPLA, não podemos esperar mudanças verdadeiras. Daqui o meu repto: ou nos unimos para derrubar o MPLA, ou vamos continuar nesta escravidão por tempo indeterminado.”
As palavras de Raul Tati surgem num momento de grande descontentamento popular em Cabinda, exacerbado pela recente decisão do Executivo angolano de eliminar progressivamente a subvenção das tarifas aéreas entre a província e Luanda.
A medida foi vista por muitos como um retrocesso nas promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2017, quando João Lourenço prometeu aliviar os efeitos da descontinuidade territorial.
“Temos de ser nós a mandar passear o MPLA”, concluiu Raul Tati, num apelo direto à resistência civil e à organização política dos cabindas.