Moçambique alcançou um marco preocupante em 2024, atingindo pela primeira vez 1 trilhão de meticais em dívida pública, o equivalente a 14,3 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 8% em relação ao ano anterior.
A dívida interna, embora represente apenas 39% do total, é a mais onerosa para o governo, com um crescimento de 29,7%, totalizando cerca de 407 mil milhões de meticais (5,83 mil milhões de euros). Esse aumento coloca em risco a sustentabilidade das finanças públicas, já que uma parte significativa das receitas do Estado será destinada ao pagamento dos juros da dívida, reduzindo recursos para investimentos em áreas essenciais como saúde e educação.
Além disso, a pobreza em Moçambique aumentou dramaticamente nos últimos 10 anos, com cerca de 65% da população vivendo abaixo da linha da pobreza em 2022. A pobreza cresceu 87% nesse período, refletindo as dificuldades econômicas e sociais do país.
Especialistas, como a economista Teresa Boene, alertam que a situação exige uma gestão mais transparente dos recursos públicos e a redução de despesas não essenciais.
A proposta de industrialização e a expansão da base tributária são apontadas como medidas cruciais para estimular o crescimento econômico e criar empregos formais. Clésio Foia, economista, também sugere uma reavaliação das políticas fiscais para garantir que a economia moçambicana possa crescer de forma sustentável, enfrentando os desafios fiscais e a elevada dívida pública.