A UNITA, o maior partido da oposição em Angola, iniciou uma jornada parlamentar em Cabinda com o objetivo de ouvir a população local e dialogar sobre questões políticas específicas da região, como a proposta de Lei das Autarquias de nível supramunicipal.
A delegação, liderada pelo presidente da bancada parlamentar, Liberty Chiyaka, visa reunir-se com lideranças locais e associações da sociedade civil, para garantir que as preocupações da população cheguem à Assembleia Nacional e sejam discutidas em futuras sessões parlamentares.
No entanto, a jornada parlamentar da UNITA em Cabinda tem sido marcada por um imprevisto: dificuldades significativas de alojamento. Vários hotéis na cidade se recusaram a hospedar os deputados, o que tem gerado desconforto e preocupação na delegação.
Alguns hotéis alegaram estar “lotados” devido à presença de empresas de exploração de petróleo na região, que garantem grande parte da disponibilidade de acomodações. Outros, por sua vez, temem represálias políticas e preferem não receber os membros do partido, o que resultou em situações extremas, como alguns parlamentares sendo forçados a pernoitar nas ruas.
A vice-presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, comentou que a situação tem sido difícil, mas que o partido está determinado a continuar com as suas atividades em Cabinda. A recusa em fornecer alojamento aos deputados gerou um clima de tensão, com a direção do partido a denunciar a discriminação e o ambiente hostil em que tentam realizar as suas jornadas parlamentares.
Além disso, Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, está em Cabinda para marcar a abertura e o encerramento das jornadas, reforçando a importância do diálogo e da escuta das preocupações da população local.
A UNITA, que elegeu quatro deputados em Cabinda nas últimas eleições gerais de 2022, enfatiza que a visita tem como foco fortalecer a conexão com a base e promover discussões sobre os desafios políticos e sociais da província.