O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu, no sábado, 15 de fevereiro, durante uma cimeira africana, que fosse respeitada a “integridade territorial” da República Democrática do Congo (RDC) e que fosse evitada uma escalada para uma guerra regional, um dia depois de combatentes apoiados pelo Ruanda terem tomado uma segunda capital de província no leste da RDC.
A pressão internacional sobre o Ruanda aumentou à medida que o conflito na região se intensificava, e a situação no leste da RDC tornou-se o tema central da cimeira da União Africana, que decorreu em Adis Abeba.
O presidente do Ruanda, Paul Kagame, esteve presente nas reuniões do encontro, mas o presidente da RDC, Félix Tshisekedi, esteve ausente enquanto o grupo armado M23, supostamente apoiado pelo Ruanda, avançava pelo território congolês.
Após a captura de Goma, a capital da província do Kivu do Norte, no mês passado, o M23 continuou a sua ofensiva, avançando para o Kivu do Sul, onde tomou um aeroporto estratégico e marchou praticamente sem resistência para a cidade de Bukavu, na sexta-feira, de acordo com fontes humanitárias e de segurança.
Guterres alertou, durante a sua intervenção, que os combates em curso no Kivu do Sul, resultantes da ofensiva do M23, representam uma ameaça iminente de desestabilização para toda a região.
O Secretário-Geral apelou ao diálogo e sublinhou que uma escalada regional deve ser evitada “a todo o custo”, enfatizando que “não há solução militar”.
Guterres reiterou ainda que “a soberania e a integridade territorial da RDC devem ser respeitadas”, embora não tenha mencionado explicitamente o Ruanda em seu discurso.