A empresa Altona, especializada na prospeção de matérias-primas críticas em África, anunciou a descoberta de minerais com elevadas concentrações de gálio no Monte Muambe, um vulcão inativo localizado na província de Tete, no centro de Moçambique.
Num comunicado divulgado aos mercados esta terça-feira, a Altona revelou que as amostras analisadas apresentaram teores de até 232 gramas de gálio por tonelada.
Este metal, classificado como estratégico e raro, é amplamente utilizado em tecnologias avançadas, como componentes eletrónicos, semicondutores, radares e dispositivos de iluminação (díodos LED).
O Monte Muambe, com 780 metros de altitude e uma caldeira de seis quilómetros de diâmetro, é composto por carbonatitos ricos em fluorita azul e amarela – minerais que albergam o precioso gálio. A profundidade da cratera atinge os 200 metros, tornando-a uma formação geológica singular.
Segundo a Altona, cotada na bolsa de Londres, o preço do gálio ronda atualmente 230 euros por quilograma, valor que tem registado aumentos devido à guerra comercial entre a China e os EUA, que pressiona a procura por fontes alternativas deste recurso.
A descoberta reforça o potencial de Moçambique como fornecedor de metais críticos para a indústria tecnológica global, num momento em que a diversificação de origens se torna prioritária.