Após o encontro entre o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, e o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, surgiram reações contrastantes entre os partidos políticos sobre os efeitos desse diálogo no processo de conciliação nacional.
O porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Ismael Nhacucue, saudou a iniciativa, destacando que a inclusão de Mondlane no diálogo seria um passo positivo para a integração de uma figura importante, com grande capacidade de mobilizar eleitores. Nhacucue enfatizou que a participação de Mondlane no debate nacional é “justa” e necessária, dado seu papel significativo na política moçambicana.
Por outro lado, Hélder Mendonça, secretário-geral honorário do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), demonstrou reticência em relação à inclusão de Mondlane no processo de diálogo, citando uma “mágoa profunda” causada pelas acusações de traição que Mondlane fez ao PODEMOS. Mendonça afirmou que, devido a essas acusações, seria prematuro afirmar se o partido apoiaria a participação de Mondlane nas negociações. Ele comparou a atitude de Mondlane à do próprio PODEMOS, acusando-o de agir da mesma forma que ele criticava, ao envolver-se em um processo que, segundo ele, também poderia ser considerado uma forma de “traição”.
O debate continua em aberto, com diferentes visões sobre como Mondlane poderia ser integrado ao processo de diálogo nacional, especialmente considerando que ele não está atualmente vinculado a nenhum partido político. O futuro dessa inclusão dependerá das negociações internas e das posições dos partidos em relação ao papel de Mondlane na política do país.