O Presidente norte-americano Donald Trump está a considerar juntar-se a Israel numa ofensiva contra instalações nucleares estratégicas do Irão, segundo avançou a cadeia norte-americana CBS. A principal preocupação recai sobre o centro de Fordo, um complexo subterrâneo altamente fortificado onde, segundo especialistas, o regime iraniano poderá estar a enriquecer urânio para fins militares.
Fordo é considerado o núcleo mais sensível do programa nuclear iraniano, devido à sua profundidade — cerca de 90 metros no subsolo — e às fortes defesas aéreas que o protegem. Os analistas alertam que este centro pode ser utilizado pelo Irão para uma estratégia de “breakout”, ou seja, a rápida produção de armas nucleares.
Apesar de a comunidade de inteligência dos Estados Unidos afirmar que o Irão não está atualmente a produzir armamento nuclear, recentes relatórios da Agência Internacional de Energia Atómica indicam que Teerão aumentou de forma preocupante o seu stock de urânio altamente enriquecido. O Irão, por sua vez, insiste que o seu programa tem fins exclusivamente pacíficos.
A possível intervenção norte-americana está a gerar divisões entre os conselheiros de Trump. O tema esteve em debate numa reunião da equipa de segurança nacional, realizada na “sala de crise” da Casa Branca, com a presença de figuras como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o diretor da CIA, John Ratcliffe.
Na semana passada, Israel já levou a cabo ataques a alvos iranianos, acusando o país de acelerar o seu programa nuclear. Os Estados Unidos, apesar de oficialmente negarem envolvimento direto nos bombardeamentos, terão prestado apoio técnico a Israel, nomeadamente na interceção de mísseis iranianos lançados em resposta.
Trump, por sua vez, tem intensificado a retórica. Numa publicação recente na rede Truth Social, afirmou: “Agora temos controlo total dos céus sobre o Irão” e garantiu saber a localização do líder supremo Ali Khamenei. No entanto, optou por não autorizar a sua eliminação, contrariando planos avançados por Israel. A escalada de tensão poderá redesenhar drasticamente o equilíbrio de forças no Médio Oriente.