As autoridades sanitárias de Cabinda estão em alerta devido ao aumento de casos de sarampo na província. Até agora, foram notificados 355 casos, maioritariamente em crianças com menos de cinco anos, e registadas cinco mortes associadas à doença.
De acordo com o chefe do Departamento de Saúde Pública em Cabinda, Gabriel Nionse Zau, o município sede concentra o maior número de ocorrências, com 206 casos, seguido de Buco-Zau (86), Liambo (17), Belize (14), Cacongo (14), Massabi (12), Tando-Zinze (5) e Ngoio (1). As localidades de Miconje e Necuto não reportaram infeções até ao momento.
No que respeita à mortalidade, Buco-Zau apresenta a situação mais preocupante, com três óbitos, ao passo que Cabinda e Belize registaram uma morte cada. A taxa de letalidade mais elevada verifica-se precisamente em Buco-Zau, atingindo 7,14%.
As autoridades de saúde atribuem a disseminação do vírus à cobertura vacinal insuficiente. Muitas das crianças diagnosticadas não estavam imunizadas, apesar de estarem na idade recomendada. Segundo Gabriel Zau, fatores culturais e crenças religiosas ainda levam muitos pais a recusar a vacinação.
O responsável reforça que a vacina contra o sarampo é eficaz e segura, e que os efeitos adversos, quando surgem, são geralmente ligeiros e de curta duração.
Para travar a propagação do surto, foram realizados encontros com responsáveis municipais e técnicos de vigilância epidemiológica. Entre as medidas aplicadas estão o reforço da notificação obrigatória dos casos, a sensibilização dos profissionais de saúde e a parceria com terapeutas tradicionais, com o objetivo de ampliar a rede de deteção nas comunidades.
Além disso, está em curso uma campanha de sensibilização dirigida aos pais e encarregados de educação, incentivando-os a aderir à vacinação como principal forma de prevenção.
Via: OP