O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) confirmou que vai avançar com a greve nos órgãos públicos de comunicação social, marcada para a próxima segunda-feira, 8 de setembro, prolongando-se até ao dia 12.
A decisão mantém-se apesar de uma providência cautelar decretada pelo Tribunal de Comarca de Luanda (TCL), que determinou a suspensão da deliberação da assembleia de trabalhadores.
Segundo o SJA, até ao momento não foi recebida qualquer notificação formal do tribunal ou das administrações das empresas de comunicação social, pelo que a greve será realizada conforme aprovado em assembleia. A paralisação abrange profissionais da Rádio Nacional de Angola (RNA), Televisão Pública de Angola (TPA), ANGOP, Edições Novembro, TV Zimbo, Rádio Mais e Jornal O País.
Na decisão judicial, assinada pelo juiz Mateus Jimbo Jacinto, o tribunal considerou que a deliberação da assembleia violou a Constituição por não prever a prestação de serviços mínimos. Ainda assim, a direção do sindicato insiste que o direito à greve é garantido pela lei e que os trabalhadores não podem ser alvo de intimidação ou represálias.
O SJA acusa presidentes de conselhos de administração e coordenadores de estarem a elaborar listas de adesão para pressionar os profissionais. O sindicato assegura que acompanhará juridicamente qualquer tentativa de responsabilização indevida dos grevistas, apelando aos jornalistas para se manterem firmes e serenos durante a paralisação.
A greve está organizada em quatro fases: a primeira de 8 a 12 de setembro, seguindo-se períodos adicionais entre outubro e dezembro. Durante as paralisações, os profissionais foram orientados a manifestar-se de forma pacífica, com cartazes, junto das redações.
Apesar de o Governo ter anunciado um aumento salarial de 27% a partir de outubro e mais 31% em janeiro, os jornalistas consideram a medida insuficiente e mantêm as suas reivindicações.