A Rússia lançou, na madrugada deste domingo, o maior ataque aéreo desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022. De acordo com as autoridades ucranianas, foram disparados 805 drones e 13 mísseis, num ataque coordenado que atingiu várias cidades, incluindo a capital, Kiev, Odessa, Zaporizhzhya, Kremenchuk, Krivoy Rog e Dnipropetrovsk.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, as defesas conseguiram abater 747 drones e quatro mísseis, mas nove mísseis e 56 drones atingiram 37 localidades, deixando um rasto de destruição. Pelo menos quatro pessoas morreram: duas em Kiev, uma na região de Sumy e outra em Chernihiv. O edifício do gabinete de ministros em Kiev foi severamente danificado, com o telhado e os andares superiores incendiados.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, acusou Moscovo de prolongar deliberadamente a guerra e de rejeitar qualquer via diplomática. “Tais assassinatos, agora, quando a diplomacia real já poderia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado”, afirmou, acrescentando que serviços de emergência ainda trabalham nos escombros. Zelenskyy revelou também ter conversado com o presidente francês, Emmanuel Macron, para preparar novas medidas de reforço da defesa aérea.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou de forma veemente os ataques, afirmando que o Kremlin “zomba da diplomacia, atropela o direito internacional e mata indiscriminadamente”. Reiterou ainda o apoio incondicional da União Europeia a Kiev e garantiu que estão a ser estudadas novas sanções contra Moscovo.
Também outros líderes europeus, incluindo o Governo português, se juntaram às condenações. Em nota oficial, Lisboa destacou que a ofensiva representa “um agravamento inadmissível da agressão russa” e reafirmou o compromisso de apoiar a Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial.
Este ataque massivo, o maior com drones desde o início do conflito, demonstra a escalada da ofensiva russa num momento em que se intensifica a pressão diplomática para negociações de paz, mas também reforça a dependência ucraniana do apoio militar e político do Ocidente.