Neste sábado (19.04), dezenas de jovens e ativistas moçambicanos reuniram-se na Estátua de Eduardo Mondlane, em Maputo, para uma marcha pacífica exigindo justiça pelas recentes ondas de assassinatos, sequestros e desaparecimentos de jovens no país. A manifestação foi prontamente impedida pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR), que se apresentou com forte aparato policial, incluindo gás lacrimogéneo e viaturas blindadas.
A marcha, organizada por membros da sociedade civil, foi motivada por episódios como a recente tentativa de assassinato do músico DJ Trufafá, ligado à oposição. Os organizadores classificaram a intervenção da polícia como repressiva e antidemocrática, alegando que apenas o partido FRELIMO parece ter liberdade para se manifestar no país.
Apesar de tentativas de diálogo com a polícia e da alegação de que a manifestação estava dentro dos direitos constitucionais, os manifestantes foram dispersos. Não houve detenções, mas houve tensão entre policiais, ativistas e jornalistas presentes.
Os organizadores criticaram o silêncio da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não se pronunciou sobre os mais de 350 assassinatos registados desde outubro de 2024, segundo a Plataforma Decide. Para os ativistas, a falta de resposta das autoridades contribui para o clima de medo e insegurança.
A sociedade civil promete reagendar a marcha em defesa da vida e da liberdade de expressão.