O governo dos Estados Unidos manifestou preocupação com a crescente obtenção de passaportes angolanos por cidadãos estrangeiros em situação migratória irregular no seu território.
A informação foi avançada pelo embaixador de Angola em Washington, Agostinho Van-Dúnem, que confirmou que este tem sido um dos temas discutidos tecnicamente entre Luanda e Washington.
Segundo o diplomata, muitos dos indivíduos deportados pelos EUA para Angola não são cidadãos angolanos, mas sim estrangeiros que usaram passaportes angolanos para entrar ou permanecer ilegalmente nos Estados Unidos. Dos 177 indivíduos identificados como “angolanos”, cerca de 100 já foram deportados, mas as autoridades angolanas verificaram que vários deles não possuem nacionalidade angolana.
Van-Dúnem esclareceu que, ao chegarem a Angola, os processos são analisados e, quando se confirma que não são nacionais, os indivíduos são posteriormente reencaminhados para os seus países de origem.
O embaixador garantiu que Angola está a trabalhar para melhorar a segurança dos seus documentos de viagem, com a introdução iminente dos passaportes electrónicos. Apesar da inquietação americana, assegurou que não há qualquer medida oficial por parte das autoridades dos EUA que restrinja a entrada de cidadãos angolanos no país. As conversações continuam a nível técnico, numa tentativa de reforçar a confiança e a cooperação bilateral em matéria de segurança e migração.