Pelo menos 132 pessoas morreram durante uma operação policial realizada na terça-feira no Rio de Janeiro, segundo dados da Defensoria Pública estadual, tornando-se a ação de segurança mais letal da história da cidade.
O governador Cláudio Castro havia indicado inicialmente cerca de 60 vítimas, mas admitiu que o número poderia aumentar à medida que novos corpos fossem encaminhados ao Instituto Médico Legal.
A ofensiva mobilizou cerca de 2.500 agentes entre polícias e militares, numa grande ação contra o tráfico de droga. As autoridades anunciaram 81 detenções, a apreensão de 93 armas e de mais de meia tonelada de entorpecentes. Quatro polícias morreram durante o confronto.
A operação teve como alvo o grupo criminoso Comando Vermelho, atuante em várias favelas do Rio. A violência paralisou partes da cidade, com 46 escolas encerradas e gangues a incendiarem ou bloquearem pelo menos 70 autocarros.
O Gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas declarou-se “horrorizado” com o número de mortos e lembrou ao Brasil as suas obrigações no âmbito do direito internacional dos direitos humanos.
Entidades civis exigem investigações independentes sobre cada morte. O diretor da Human Rights Watch no Brasil classificou o episódio como “uma enorme tragédia” e questionou o uso proporcional da força e a responsabilização das autoridades.
O caso reacende o debate sobre os métodos das forças de segurança e o respeito pelos direitos humanos nas operações policiais no país.

