O antigo Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, regressou ao país esta sexta-feira (18 de abril), após mais de um ano de exílio autoimposto. A sua chegada foi confirmada por fontes próximas e por membros do grupo rebelde M23, todos sob anonimato.
Kabila, que governou a RDC entre 2001 e 2019, está em Goma, cidade estratégica no leste do país atualmente sob controlo dos rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda. Segundo conselheiros, o ex-Presidente regressa com o objetivo de “participar nos esforços de paz” numa região assolada por décadas de violência.
O atual Governo, liderado por Felix Tshisekedi, acusa Kabila de apoiar o M23 e de preparar uma insurreição — alegações que o ex-líder nega. A crise no leste do Congo intensificou-se nos últimos meses, com a ocupação de cidades importantes como Goma e Bukavu, resultando em mais de três mil mortos e cerca de sete milhões de deslocados.
A região é cobiçada pelos seus vastos recursos minerais, essenciais à indústria tecnológica global. O M23 justifica a sua ofensiva como uma forma de proteção da minoria tutsi no Kivu do Norte, enquanto o Governo congolês denuncia uma tentativa de controlo dos recursos por parte do Ruanda e dos rebeldes.
O regresso de Kabila levanta incertezas sobre o impacto que poderá ter na já frágil estabilidade política e militar da RDC.