O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil encerrou esta quarta-feira (3) o segundo dia de julgamento no processo que investiga um alegado plano de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. A sessão, realizada apenas durante a manhã, foi dedicada às defesas dos quatro últimos réus, incluindo a do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os advogados insistiram na inocência dos seus clientes e procuraram descredibilizar a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e peça central do processo. A defesa do antigo chefe de Estado afirmou que este foi “arrastado” para os acontecimentos que culminaram nos ataques de 8 de Janeiro de 2023, rejeitando qualquer envolvimento direto.
Também os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira tentaram afastar responsabilidades, alegando que se distanciaram de grupos radicais e que procuraram desmobilizar manifestações à porta de quartéis. Já Walter Braga Netto, em prisão preventiva, teve a defesa a acusar Mauro Cid de mentir e de ter sido coagido a colaborar com a Justiça.
O julgamento será retomado na próxima semana, quando o relator Alexandre de Moraes apresentar o seu parecer, seguido dos votos dos restantes juízes da Primeira Turma do STF. O desfecho dependerá de uma maioria simples: bastam três votos para determinar condenações ou absolvições.
A decisão é aguardada com enorme expectativa no Brasil, dado o impacto político e jurídico que poderá ter sobre o futuro do ex-presidente Bolsonaro e da sua influência no cenário político brasileiro.