O Governo da Guiné-Bissau expressou esta segunda-feira o seu descontentamento face à apreensão de 353 passaportes guineenses pelas autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa, exigindo a devolução imediata dos documentos que garante serem legais e devidamente emitidos.
Em conferência de imprensa realizada em Bissau, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, criticou a atuação da Polícia de Segurança Pública (PSP), que reteve os passaportes no dia 20 de maio, transportados por um cidadão guineense de 47 anos. Segundo o governante, os documentos tinham como destino os peregrinos muçulmanos que se preparam para a peregrinação a Meca e foram emitidos especificamente para esse fim.
“O Governo guineense atribui passaportes de cortesia a estes peregrinos, que depois são devolvidos e destruídos no regresso. Esta prática é legal e transparente, e foi comunicada às autoridades portuguesas”, explicou Carlos Pinto Pereira.
O chefe da diplomacia guineense lamentou que a polícia portuguesa tenha divulgado informações à comunicação social sem antes verificar a veracidade dos factos com as autoridades competentes da Guiné-Bissau. O ministro rejeitou ainda qualquer insinuação de irregularidade na emissão dos documentos e reafirmou a legalidade dos mesmos.
A situação gerou tensão diplomática entre os dois países, num momento em que se apelava ao reforço da cooperação bilateral. O governo guineense aguarda agora uma resposta oficial de Portugal e insiste na devolução imediata dos passaportes apreendidos.