A cidade de Luanda viveu um cenário de caos e tensão no primeiro dia da greve dos taxistas, popularmente conhecidos como “azuis e brancos”. A paralisação foi convocada em protesto contra o recente aumento do preço dos combustíveis, que agravou os custos operacionais da classe. A greve teve início com a promessa de ser pacífica, mas rapidamente se transformou em episódios de vandalismo, pilhagens e bloqueios de vias.
Desde as primeiras horas do dia, milhares de cidadãos enfrentaram dificuldades para se deslocar. Com os táxis fora de circulação, a procura por autocarros públicos disparou, provocando superlotação nas paragens e atrasos significativos. Muitos trabalhadores foram obrigados a caminhar longas distâncias para tentar chegar aos seus empregos.
Nos bairros de Viana, Camama, Calemba 2 e Cacuaco, a situação foi particularmente crítica. Ruas importantes foram bloqueadas com pneus queimados, contentores de lixo e árvores partidas. Viaturas foram vandalizadas e lojas, supermercados e até postos de combustível foram saqueados. A polícia interveio com disparos de intimidação, mas a escassez de efetivos impediu o controlo imediato da situação.
Apesar de condenarem os atos de violência, os taxistas mantêm as suas reivindicações: pedem a revisão do preço dos combustíveis, melhores condições de trabalho, reposição de paragens removidas e maior reconhecimento da profissão. O Governo Provincial de Luanda, que alega que a greve foi desmobilizada por algumas associações durante o fim de semana, afirma que grupos sem legitimidade instigaram os atos de vandalismo e que as forças da ordem estão a trabalhar para restaurar a normalidade.
A paralisação deverá prolongar-se por três dias, mas já provocou um forte impacto na mobilidade urbana, na segurança pública e na vida quotidiana dos cidadãos luandenses. O ambiente permanece tenso, enquanto se aguardam medidas concretas das autoridades para responder às exigências dos taxistas e conter a instabilidade social.