O Governo angolano reagiu com firmeza ao recente anúncio de cessar-fogo unilateral declarado pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), acusando a UNITA, maior partido da oposição, de envolvimento em alegadas negociações com o movimento separatista. Em comunicado à imprensa, o Executivo rejeitou a validade da trégua e garantiu que a situação política e militar na província de Cabinda é estável.
Além das críticas dirigidas à UNITA, o Governo manifestou indignação com a Rádio Televisão Portuguesa (RTP), acusando o canal de veicular informações falsas sobre a situação no enclave. A reportagem em causa foi emitida no programa “Bom Dia Portugal”, que noticiou a existência de um cessar-fogo na região, insinuando a ocorrência de um conflito armado ativo.
Segundo o comunicado oficial, as autoridades angolanas consideram a matéria da RTP “enganosa, maliciosa e desprovida de veracidade”, afirmando ainda que o canal terá recorrido à manipulação de imagens com o intuito de criar uma perceção distorcida da realidade em Cabinda. O Governo condena o que classifica como “sensacionalismo jornalístico” e um alegado desrespeito pelos princípios éticos da comunicação social.
No mesmo documento, o Executivo lamenta o que descreve como um “posicionamento acintoso e reiterado” por parte da RTP contra Angola, particularmente num ano considerado simbólico para o país, em que se celebram os 50 anos da sua Independência.
Em resposta às acusações, Evaldo Evangelista, responsável pela comunicação da UNITA, rejeitou qualquer envolvimento do partido com a FLEC-FAC. “O conflito em Cabinda é real. O Governo está com dificuldades em admitir esta realidade. A UNITA apenas apresentou uma proposta de solução que foi bem recebida pelo povo de Cabinda. Não aceitamos ser usados como bode expiatório”, afirmou o dirigente.
O cessar-fogo anunciado pela FLEC-FAC, válido por 60 dias, foi apresentado como uma iniciativa para promover o diálogo e a paz na região. No entanto, as autoridades angolanas insistem que não há qualquer fundamento para o relato de confrontos armados, reiterando que a situação em Cabinda é de normalidade.
via- Clube K