O Presidente do Togo, Faure Gnassingbé, foi nomeado pela União Africana como novo mediador na crise entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda, sucedendo ao Presidente angolano João Lourenço.
A sua nomeação surge num momento crítico, com vastas zonas do leste da RDC sob controlo do grupo rebelde M23 e confrontos contínuos entre os rebeldes e forças auxiliares do exército congolês.
Gnassingbé foi recentemente recebido em Luanda por João Lourenço, que lhe passou o dossiê do conflito, bem como a experiência angolana acumulada na mediação de crises na Região dos Grandes Lagos. Angola continuará a ser uma referência neste processo, dada a sua atual presidência da União Africana.
A chegada do Presidente togolês a Kinshasa gerou reações mistas entre os congoleses. Alguns veem nele uma oportunidade de sucesso, especialmente pelas boas relações que mantém com os Presidentes Félix Tshisekedi (RDC) e Paul Kagame (Ruanda). Outros, porém, mostram ceticismo, lembrando que anteriores tentativas de mediação falharam. Ainda assim, líderes locais, como Trésor Katoto de Goma, destacam a neutralidade e proximidade de Gnassingbé com os principais atores como um fator positivo.