O Relatório de Práticas de Direitos Humanos de 2024, divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, coloca Angola entre os países com registos mais preocupantes na área dos direitos humanos.
O documento denuncia casos recorrentes de execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, repressão policial, censura, perseguição a jornalistas e activistas, além de elevados níveis de corrupção e impunidade.
Segundo o relatório, apesar das garantias previstas na Constituição, estas são frequentemente desrespeitadas. Há restrições à liberdade de imprensa, de manifestação e de associação sindical, enquanto o sistema judicial é criticado pelo abuso da prisão preventiva e pela falta de imparcialidade. O uso excessivo da força por agentes da autoridade permanece uma prática comum, e as expulsões pontuais de polícias não representam mudanças estruturais.
Embora reconheça iniciativas como a criação do Centro de Formação de Jornalistas no Huambo, o Departamento de Estado considera que a impunidade, a corrupção sistémica e a ausência de independência judicial continuam a ser os maiores entraves à protecção e promoção dos direitos humanos no país.