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    Deputado da UNITA critica “encenação” do MPLA em Cabinda

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    O deputado da UNITA, Lourenço Lumingo, eleito pelo círculo provincial de Cabinda, reagiu com veemência às informações veiculadas pelos órgãos públicos de comunicação social, que dão conta do alegado abandono de altos responsáveis da Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC).

    De acordo com o parlamentar, trata-se de uma tentativa do Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço e pelo partido no poder, o MPLA, de manipular a opinião pública nacional e internacional relativamente à realidade em Cabinda.

    “As controvérsias do MPLA: a falta de vergonha”

    Nas palavras de Lourenço Lumingo, “nos últimos tempos, muito se tem falado sobre a FLEC-FAC e os ataques por ela perpetrados, que são visíveis e notórios. No entanto, o Executivo insiste em negar esta realidade, chegando ao ponto de afirmar que a FLEC já não existe”.

    O deputado destaca que esta negação coincide com dois acontecimentos relevantes: a apresentação, pela UNITA, de uma proposta de resolução na Assembleia Nacional para um cessar-fogo imediato em Cabinda, e o anúncio inédito por parte da FLEC de uma trégua de dois meses, numa demonstração de boa-fé e expectativa de abertura ao diálogo institucional.

    Todavia, segundo Lumingo, o Governo ignorou essa oportunidade e optou por “mais um espetáculo vergonhoso”, ao exibir, nos canais públicos TPA 1, 2 e 3, indivíduos que se apresentam como “dissidentes” da FLEC, alegando abandono da luta devido a maus-tratos.

    “Quem realmente passou por miséria e maus-tratos não aparece de fato e gravata, bem alimentado e visivelmente ensaiado”, sublinha o deputado, denunciando o que classifica como uma “encenação”.

    “Se a FLEC não existe, de onde vêm os dissidentes?”

    Para Lourenço Lumingo, esta ação revela “não apenas desespero político, mas também uma estratégia de manipulação mediática”, com o objetivo de ocultar a gravidade do conflito em Cabinda e iludir a comunidade internacional.

    O parlamentar vai mais longe, questionando os motivos que impedem o Executivo de iniciar um processo de diálogo com a FLEC:

    “Será medo de assumir erros históricos? Arrogância do poder? Ou simples desprezo pelo sofrimento do povo cabindense?”

    A sua crítica é contundente: “Ao recusar sistematicamente o diálogo, o Governo legitima a continuação da violência e perpetua o sofrimento de milhares de famílias. A paz não se impõe por decreto ou conferência de imprensa — constrói-se com humildade, escuta ativa e vontade política.”

    Apelo à comunidade internacional

    Lourenço Lumingo recorda ainda que, a 13 de abril do corrente ano, a própria FLEC-FAC alertou a comunidade internacional para a tentativa do Governo angolano de fabricar uma imagem de desmobilização voluntária, enquanto ignora qualquer proposta de diálogo sério e inclusivo.

    “Fingir que a FLEC não existe é ignorar o sofrimento do povo de Cabinda. E isso é, no mínimo, um ato de desumanidade”, concluiu o deputado, apelando à responsabilidade política e ao compromisso com uma solução pacífica e duradoura para o conflito.

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