O presidente da FRELIMO e de Moçambique, Daniel Chapo, fez um apelo à união e ao envolvimento de todos os cidadãos no processo de pacificação e reconciliação do país, destacando a importância do diálogo nacional para o fortalecimento da paz.
As suas declarações ocorreram durante o encerramento da IV sessão ordinária do Comité Central (CC) do partido, realizado na Matola, arredores de Maputo, no sábado, 5 de abril.
Chapo sublinhou que a FRELIMO continua empenhada em promover um diálogo construtivo e inclusivo com todos os partidos políticos e setores da sociedade civil, a fim de garantir que a paz se torne uma realidade em Moçambique. Ele também expressou otimismo quanto ao progresso alcançado nas negociações, destacando que o acordo político recentemente aprovado não é um acordo de partes, mas sim uma conquista do povo moçambicano. Para Chapo, o acordo representa o início de um novo ciclo de diálogo nacional, que visa unir todos os moçambicanos em torno da construção de um país mais pacífico e estável.
A aprovação da Lei do Compromisso para o Diálogo Nacional Inclusivo na Assembleia da República, na última quarta-feira, 2 de abril, foi um marco importante. A lei, que foi aprovada por unanimidade, visa pôr fim à violência e promover a reconciliação após os confrontos violentos pós-eleitorais que, desde as eleições gerais de outubro de 2024, resultaram em cerca de 360 mortos.
O Presidente da FRELIMO destacou que a aprovação da lei é um reflexo claro da convergência entre os moçambicanos em torno da necessidade de superar a violência e o ódio, que marcaram a política recente do país.
Críticas às Manifestações Pós-Eleitorais
Em seu discurso, Chapo também aproveitou para criticar as manifestações que eclodiram após as eleições de outubro de 2024. Segundo o presidente da FRELIMO, as manifestações não tiveram como causa principal a contestação dos resultados eleitorais, mas sim um esforço orquestrado para desestabilizar o país e enfraquecer o partido no poder. Ele afirmou que as manifestações, que ocorreram antes da divulgação oficial dos resultados eleitorais, foram uma tentativa deliberada de “estrangular” a economia moçambicana e manipular a opinião pública, tanto nacional quanto internacional, sobre os resultados eleitorais.
“Ficou claro durante a sessão que estas manifestações não tinham como causa primária a contestação dos resultados eleitorais, pois estas manifestações foram desencadeadas muito antes da divulgação dos resultados eleitorais, de forma meticulosa para desestabilizar o nosso país e estrangular a nossa economia”, afirmou Chapo, insistindo que, apesar da manipulação da opinião pública, o resultado eleitoral foi uma “vitória clara e expressiva” da FRELIMO e do seu candidato.
Chapo enfatizou que as manifestações violentas, ilegais e criminosas tinham como objetivo usar a instabilidade como instrumento para destruir a FRELIMO. Contudo, ele destacou que a realização bem-sucedida da reunião do Comité Central e o fortalecimento do partido são sinais de que a FRELIMO está mais firme e forte do que nunca.
Reconhecimento às Forças de Defesa e Segurança
No mesmo evento, Bruno Morgado, membro do Comité Central da FRELIMO, fez um reconhecimento público às Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, elogiando a sua atuação no controle das manifestações pós-eleitorais. Segundo Morgado, a postura “serena e patriótica” das Forças Armadas foi crucial para garantir a ordem e tranquilidade durante o período de tensão política. Ele também destacou o papel vital das Forças de Defesa e Segurança no combate ao crime organizado e ao terrorismo em Cabo Delgado, uma das regiões mais afetadas pela violência.
O Comité Central da FRELIMO expressou total apoio às Forças Armadas, encorajando-as a continuar com sua missão de garantir a estabilidade e a integridade territorial de Moçambique.
Perspectivas para o Futuro
Embora reconhecendo os desafios econômicos e sociais que o país enfrenta, Chapo reafirmou sua convicção de que Moçambique continua a ser uma nação viável, com grande potencial para retomar o crescimento econômico e alcançar a prosperidade. O presidente da FRELIMO destacou que a implementação do acordo de paz é essencial para criar as condições necessárias para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar do povo moçambicano.
A FRELIMO continua a afirmar que, apesar das dificuldades, o partido se mantém firme e pronto para continuar a lutar pelo desenvolvimento e pela paz de Moçambique, defendendo que o diálogo e a reconciliação são a única forma de superar as divisões e construir um futuro mais próspero para todos.