Vários delegados, incluindo os do Uganda, foram impedidos de participar de uma conferência internacional em Angola, com alegações de “razões técnicas” para a recusa de vistos.
Entre os afetados, estava o líder da oposição ugandense, Bobi Wine. Outros 12 participantes, que já tinham vistos ou eram elegíveis para vistos à chegada, foram retidos no aeroporto e deportados antes de conseguirem entrar no país.
Entre eles, estavam convidados de várias nações africanas, incluindo Quénia, Etiópia, Uganda, Tanzânia, Moçambique e Sudão do Sul.
De acordo com a Plataforma de Ação Democrática (PAD), outro grupo de delegados, incluindo figuras políticas como Khama, Majoro, Pastrana e Othman, bem como outros 24 indivíduos, foi detido no aeroporto durante nove horas, sem qualquer explicação oficial. Seus passaportes foram devolvidos apenas quando já era tarde demais para embarcar no voo planejado para Benguela.
O Governo angolano teria, inicialmente, oferecido compensação, prometendo transporte para levar os delegados a Benguela no dia seguinte.
No entanto, de acordo com a PAD, vários veículos alegadamente sofreram “avarias” ao longo do trajeto para o aeroporto, e os delegados foram encaminhados para diferentes destinos. No fim, não foi disponibilizado qualquer voo para garantir a participação dos delegados.
Até o momento, o Governo angolano não se pronunciou oficialmente sobre o incidente.
A PAD denunciou o ocorrido como parte de uma “campanha sistemática e cínica” do regime angolano para “atacar e minar o progresso em direção à democracia e responsabilização em África”.
A plataforma considera que tais ações revelam a verdadeira natureza do regime, que, segundo a PAD, agiu para “humilhar e embaraçar antigos chefes de governo africanos e aqueles comprometidos com a discussão da democracia”.
Diante dos acontecimentos, a PAD fez um apelo público ao Presidente João Lourenço, exigindo um pedido de desculpas oficial aos líderes políticos detidos e deportados, além de uma explicação detalhada sobre os motivos que levaram a essas ações.