O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta quarta-feira, em Bruxelas, que Angola está a implementar um programa ambicioso de formação de 38 mil profissionais de saúde em áreas estratégicas, com o objectivo de fortalecer os cuidados primários e garantir maior autonomia sanitária ao país.
Durante a Reunião de Alto Nível da Aliança Global de Vacinas (GAVI), o Chefe de Estado sublinhou que “investir na formação dos profissionais é investir na soberania sanitária”, frisando que o sucesso de qualquer sistema de saúde depende fundamentalmente de recursos humanos qualificados.
Com apoio da GAVI, Angola tem capacitado técnicos em epidemiologia, logística, gestão de dados e outras especialidades essenciais para a eficácia do Programa Nacional de Imunização. O Presidente destacou ainda o impacto positivo da parceria com a GAVI, que permitiu ao país introduzir sete novas vacinas, incluindo as que combatem a pneumonia e as diarreias virais — principais causas de mortalidade infantil.
Lourenço revelou também que Angola vai introduzir brevemente a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) e pretende integrar a vacina contra a malária no plano nacional de imunização, reforçando a protecção da juventude e das populações mais vulneráveis.
Outro avanço assinalado foi a instalação de cadeias de frio alimentadas por energia solar, fundamentais para conservar vacinas em zonas remotas e contribuir para a redução das emissões de carbono, alinhando o sistema de saúde com os compromissos ambientais do país.
O Presidente destacou ainda a recuperação de crianças sem vacinação (“zero dose”), a resposta eficaz a surtos como a poliomielite, COVID-19, sarampo e cólera, e os progressos na digitalização dos sistemas de informação em saúde.
João Lourenço concluiu que a parceria com a GAVI tem sido vital não só para salvar vidas, mas também para reforçar a confiança da população nos serviços públicos de saúde.
A Cimeira, organizada pela União Europeia e pela Fundação Bill e Melinda Gates, tem como objectivo mobilizar recursos para imunizar mais 500 milhões de crianças até 2030.